Na Irlanda, entre as construções históricas e bares tradicionais, vive Luísa, a brasileira em Dublin.
Uma carioca que carrega o calor do seu país de origem mesmo enfrentando o clima mais frio da capital da Irlanda.
A analista de marketing chegou até Dublin em um momento de mudanças em sua vida.
Deixou para trás família, amigos e namorado. Mas, os sonhos não. Esses ela fez questão de trazer com ela.
Sua vinda foi como um desatar de nós de uma rede afetiva, mas a vontade de explorar novos horizontes e se reinventar através de uma nova experiência falou mais alto.
Ao decidir morar no exterior, teve que lidar com medos. Seus e de quem amava. Mas, foi valente, pois precisava escrever uma página em branco que estava apenas esperando para ser preenchida.
Seus dias foram se desdobrando em uma imensidão de experiências. E entre um ensopado irlandês e paisagens que até então ela só vivia em seus sonhos, ela foi construindo uma história de coragem, determinação e muito amor pela vida.
Desde pequena, Luísa sempre quis trilhar um caminho diferente. Nunca se viu vivendo o convencional. Queria desbravar o mundo e conhecer locais que disseram que ela nunca iria.
E ela foi. Foi com tudo o que ela tinha. Amor, esperança e uma resiliência para viver os momentos em que o cansaço físico e mental tomavam conta de seus dias.
Nos primeiros meses, ela se viu perdida, especialmente nos costumes e na forma de se comunicar. Mas, sua determinação superou as barreiras e ela se sentindo cada vez mais confortável.
Em casa não, pois assim ela se sente apenas no Brasil, lá em Niterói mais precisamente. Em um sobradinho branco e amarelo, que tem cheiro de bolo de laranja. Sim, essa é uma das lembranças mais fortes e que mais aproximam a brasileira em Dublin do que ela chama de lar.
Em um apartamento minimalista, hoje ela vive a maior parte dos seus dias. E é em sua sala, em uma mesinha cheia de recordações, que ela continua vivendo o sonho de trabalhar com o que realmente ama.
Se é para falar de amor, é preciso destacar que a paixão pelo mundo das marcas e estratégias a levou a cruzar fronteiras.
Ainda falando sobre esse sentimento, a chance de melhorar suas condições de vida e das pessoas amadas também influenciou em sua decisão.
Mas, se é para falar de amor, uma página dolorosa também foi escrita durante essa experiência: o fim do seu relacionamento. O amor que ela cultivou desde os dias ensolarados de Niterói não resistiu à pressão da distância. E nem as chamadas de vídeo ajudaram a estreitar dois corações que ansiavam por estar juntos fisicamente. E o golpe foi maior, porque mesmo a distância, a brasileira em Dublin viu seu ex-namorado retomar a vida amorosa rapidamente, enquanto ela ainda não havia superado seus sentimentos.
Esse, fora os meses iniciais de muita saudade da família, foi um dos momentos mais difíceis para ela. Se viu frágil, insegura e retraída. Conheceu a terapia online e acabou tratando coisas que nem foram o motivo pelo qual procurou ajuda. Fechou seu coração por um tempo, mas nunca se questionou se estava valendo a pena.
Afinal, sentia pulsar o desejo de deixar o passado e viver o agora.
E agora o que ela tem é o que veio buscar: experiências.
Sair nas ruas e se sentir mais viva. Conhecer novas pessoas e lugares, mesmo se sentindo sozinha quando deita em sua cama e olha a foto de seus pais antes de dormir.
E não é apenas em seu quarto que ela sente saudades. Nas noites de chuva quando as luzes douradas refletem as calçadas molhadas, ela sente seu peito apertar e nem os pubs mais animados podem preencher o vazio de alguns momentos.
Mas, nem tudo é saudade e apesar das tempestades emocionais, Luísa descobriu uma força dentro de si que nem ela mesma sabia que existia. Então, encontrou novos amigos para ressignificar algumas sensações.
Não se sente mais tão sozinha. Está feliz, mas se permite viver os dias mais cinzentos.
Foi assim que os dias foram se transformando em semanas, as semanas em meses e os meses em mais de um ano. Luísa encontrou beleza em sua jornada e não quer parar aqui.
Um dos dias que ela mais amava no Brasil também é seu dia preferido na Irlanda. No silêncio das manhãs de domingo, Luísa descobriu o poder de ficar consigo mesma. E longe do burburinho da cidade, encontrou refúgio em cafés aconchegantes, onde pode ler, escrever seu diário e sonhar em novos horizontes.
E é isso que essa brasileira em Dublin faz todo domingo. Sai para caminhar, para em um de seus cafés preferidos e mergulha nas profundezas da sua própria mente, questionando seus pensamentos e acalmando seu coração.
Depois, costuma voltar para casa almoçar e ir para um dos parques da cidade, que contam com raios tímidos do sol irlandês e mostram toda a beleza do momento presente, deixando para lá preocupações e incertezas.
E sempre que quer lembrar de casa, ela mistura nostalgia, força e esperança e liga para seus pais, que fazem questão de ver cada detalhe do seu novo lar.
Dublin hoje não é apenas o palco das suas lutas, mas a realização do sonho de ser autora de sua vida. Por isso, ela aprendeu a abraçar a saudade de quem ama e de sua terra natal, e transformar a solidão em solitude para se reconectar consigo mesma.
E agora, as ruas de Dublin já não são mais frias. São como um abraço que inspira coragem para uma alma resiliente. As lembranças de Niterói ainda estão na memória, mas a esperança de novos desafios e crescimento ao redor do mundo seguem cada vez mais vivos em seu coração brasileiro.
Essa é a história da Luísa, brasileira em Dublin, apaixonada por marketing, cidades históricas e uma vida noturna com a cara da Irlanda.
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*Por questões de privacidade, utilizamos nomes fictícios para contar esta história.